"Devemos manter uma vigilância constante", disse o diretor do
Departamento de Veterinária da FAO, Juan Lubroth, no decorrer de uma
reunião conjunta com a Agência dos EUA para o Desenvolvimento
Internacional (USAID), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
"O vírus da gripe aviária continua a circular nas aves de capoeira.
As medidas de controlo devem ser mantidas e reforçadas não só nos países
em causa, mas também nos países vizinhos e territórios com os quais
mantêm fortes laços comerciais", avisou.
O alerta de Lubroth vai em particular para o vírus H7N9, "que não
provoca sinais clínicos nos animais e é, portanto, muito difícil de
detetar nas aves de capoeira".
Para melhorar a resposta a este vírus, a FAO destinou dois milhões de
dólares em fundos de emergência, aos quais se juntaram mais cinco
milhões de dólares da agência norte-americana de cooperação para o
desenvolvimento (USAID).
Hoje, a FAO e a USAID sublinharam a necessidade de continuar a
trabalhar, nomeadamente na monitorização contínua ao longo de todo o
sistema de produção e comercialização e no desenvolvimento de planos de
contingência e de mecanismos de compensação.
"O aparecimento do vírus H7N9 relembra-nos que novas ameaças de
doenças não são uma exceção, mas uma consequência previsível que resulta
da relação entre humanos e animais", afirmou o diretor do Programa de
Ameaças Emergentes da USAID, Dennis Carroll.
No combate de longo prazo contra o H7N9 e outros vírus, a FAO e a
USAID apelam aos países para que invistam de forma a melhorar a
comercialização e venda das aves.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), desde que foi
detetado na China em fevereiro, o vírus da gripe das aves H7N9 infetou
pelo menos 135 pessoas, das quais 44 morreram. Todos os casos ocorreram
no continente chinês, exceto um, registado em Taiwan.
Os vírus de gripe das aves existem há muito tempo em aves selvagens,
mas geralmente não causam doença em seres humanos, embora em casos raros
haja mutações.
As estirpes dos subtipos de vírus da gripe aviária H5, H7 e H9 já
causaram infeções humanas, sobretudo a seguir a contacto direto com aves
infetadas. Nenhuma das estirpes sofreu mutações que a tornassem
facilmente transmissível entre pessoas, o que seria o pesadelo dos
epidemiologistas.
A estirpe mais conhecida é o vírus H5N1, que causou 633 casos
confirmadas em pessoas em 15 países entre 2003 e julho deste ano, 377
das quais morreram -- o que representa uma taxa de mortalidade de cerca
de 60 por cento.
Fonte: Notícias ao Minuto
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