A Panrico
em Portugal garantiu que não vai haver despedimentos ou suspensão de salários,
ao contrário do que está a acontecer em Espanha, onde se prevê a saída de mais
de 1900 trabalhadores até 2015.
A Panrico anunciou na semana passada a decisão de
suspender temporariamente o pagamento dos salários dos seus 4000 trabalhadores
devido a problemas de tesouraria, para poder dar resposta a seus
"compromissos com os fornecedores" e enquanto prepara um novo plano
industrial com os ajustes necessários.
O processo afetará quase metade dos 4000
trabalhadores da empresa, que tem sede em Esplugues de Llobregat (Barcelona),
unidades fabris em Portugal e Espanha e que há mais de 50 anos produzem e
vendem pão e bolos.
Contactada pela agência Lusa, uma fonte da
direção da Panrico em Portugal garantiu que não vai haver despedimentos nem
suspensão de salários nas duas fábricas portuguesas (Mem Martins, concelho de
Sintra, e Gulpilhares, concelho de Vila Nova de Gaia).
"O novo conselheiro do grupo garantiu-nos
mesmo antes de virem a público as notícias de Espanha que a Panrico em Portugal
é uma entidade autónoma dentro do grupo Panrico. O capital do grupo é 100%
detido pelos acionistas da Oaktree, que designou um conselheiro delegado e nos
disse que somos uma empresa de gestão comercial e industrial completamente
autónoma", disse.
A mesma fonte disse que a Panrico em Portugal
"tem tido bons resultados de vendas em 2012 e em 2013", salientando
que os salários dos trabalhadores das fábricas de Mem Martins e Gaia estão ser
pagos "a tempo e horas".
"Estamos a ter resultados bastante positivos
e muito bons quer em quota de mercado quer em termos de venda e do próprio
resultado. Os nossos compromissos foram e vão ser sempre cumpridos com o máximo
rigor", sublinhou.
A Panrico em Espanha apresentou aos sindicatos um
plano
que prevê o despedimento entre este ano e 2015 de 756 trabalhadores de
fábrica, 483 técnicos de venda, 600 autónomos e 75 altos cargos.
A proposta da empresa prevê que os trabalhadores
despedidos recebam indemnizações de 20 dias por ano trabalhado, até o máximo de
12 mensalidades, podendo adicionalmente aplicar-se cortes entre 35% e 45% dos
salários.
Fontes da UGT consideram o plano
"inviável", tendo por isso optado por "romper negociações".
A empresa pretende, por seu lado, marcar nova
ronda negocial até ao final do mês "para evitar que entre em concurso de
credores".
Fonte: Jornal de Notícias
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