A Lacticínios Halos, SA atravessa dificuldades provocadas pela crise mas continua a apostar na qualidade e na inovação |
Queijos da Quinta da Tapada mais uma vez premiados |
A
crise que afecta o país tem trazido dificuldades à Lacticínios Halos,
empresa sedeada na Quinta da Tapada, em Casais, Lousada. O combate é
feito com mais qualidade e inovação. E isso tem dado não frutos mas
prémios.
No ano em que está a comemorar 70 anos de existência, a empresa foi mais
uma vez distinguida a nível nacional, conquistando dois prémios no
concurso Queijos de Portugal 2013, promovido pela Associação Nacional
dos Industriais de Lacticínios (ANIL). O queijo Trevo voltou a ser
premiado como o Melhor Queijo Flamengo enquanto o Queijo Curado de 90
gramas da Quinta da Tapada foi considerado o Melhor Queijo de Vaca (cura
prolongada).
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A
empresa lousadense promete continuar a apostar em novos produtos, mas
mantendo sempre o sabor genuíno dos seus queijos, e diz-se aberta à
entrada de mais investidores que permitiriam avançar com novos
projectos.
Selos de qualidade são importantes São quatro os pilares de actividade da Lacticínios Halos: a queijaria, o vinho, os kiwis e o agro-turismo. Mas a produção de queijo sempre assumiu papel preponderante nos negócios da empresa. A aposta passou sempre por um método de produção semi-artesanal, que alia tradição e modernidade, e pela inovação, sem nunca perder de vista o mais importante – a qualidade do produto. |
E
a receita parece estar certa já que, mais uma vez, os queijos da Quinta
de Tapada foram premiados no concurso da associação nacional do sector.
Recorde-se que além das duas distinções conseguidas este ano, a
queijaria de Lousada tem vindo a granjear outros prémios. Em 2010, os
queijos flamengo bola TREVO e o curado TREVO, bem como os espumantes
Casa do Carregal Reserva foram considerados Sabor do Ano 2010 pela Tryp
Network. O queijo de bola Trevo venceu, na categoria de Melhor Flamengo,
o concurso da ANIL de 2011. Já no ano passado, o prémio Melhor Queijo
Novos Sabores 2012 distinguiu o Queijo de Sabor Alho com Salsa da Quinta
da Tapada. Selos de qualidade importantes para uma pequena empresa, de
apenas 30 funcionários, garante o director-geral da empresa. "É muito
interessante conseguirmos conquistar dois prémios a partir de provas
cegas a 163 referências de 56 fabricantes nacionais", salienta Duarte
Vieira.
Querem criar linha de fatiamento, mas precisam de investidores
Há dois anos como director-geral da Quinta da Tapada, o engenheiro em Ciências Agrárias não esconde que nem estes queijos singulares conseguiram evitar que a empresa fosse afectada pela crise. Em 2012, a Lacticínios Halos facturou cerca de dois milhões de euros, mas as limitações financeiras não têm permitido pôr novos projectos em prática. "Temos que nos colocar na posição do consumidor. Comprar uma bola de queijo pode custar cerca de 14 euros. Já vendemos bolas em metades e em quartos para ser mais acessível. Temos o projecto de criar uma linha de fatiamento que ia permitir reduzir o custo no acto de compra e entrar no mercado ibérico", explica o gestor. Para isso, é preciso investimento. "Estamos abertos à entrada de potenciais investidores para pormos estes projectos em marcha", acrescenta Duarte Vieira.
Com
capacidade para transformar 40 mil litros de leite por dia, a queijaria
da Quinta da Tapada está a funcionar a cerca de um terço da sua
capacidade produtiva: entre 50 a 100 mil litros por semana. "Temos feito
um racionamento entre o que se vende e o que se produz. Mas caso surjam
encomendas conseguimos, rapidamente, triplicar a produção", explica o
director-geral.
E
porque os produtos são caros, mas distintos, a empresa tem conseguido
colocá-los em mercados importantes como as lojas do El Corte Inglês.
"Assim conseguimos chegar aos clientes que apreciam qualidade e produtos
inovadores", acredita Duarte Vieira. "O nosso queijo flamengo é o mais
caro do mercado mas sabemos que é o melhor", assegura o engenheiro.
Tentar
sobreviver à crise é o projecto de futuro mais imediato da empresa, que
emprega funcionários da região e adquire o leite que transforma em
cooperativas locais. "Temos produtos de valor acrescentado, diferentes
dos que existem no mercado mas a crise afecta-nos. Os portugueses não
sentem melhorias e retraem-se no consumo", conclui o director-geral.
Agora
que se aproxima o Natal, as propostas da Quinta da Tapada passam pelo
queijo com chocolate, que vão voltar a lançar, e pelos cabazes com
produtos da quinta, que custam entre 15 a 50 euros.
Os produtos da Quinta da Tapada
- Queijo
A produção de queijo é a principal actividade da empresa. São transformados entre 50 a 100 mil litros de leite por dia. A aposta passa por vários tipos de queijo e pela introdução de novos sabores. Além do Queijo Trevo (flamengo ou curado), e do Queijo Rei, a Quinta produz ainda quatro queijos inovadores: o Queijo Halos com Sementes; e os Queijos Quinta da Tapada com Alho e Salsa; com Maçã e Canela e com Ervas Aromáticas.
- Vinhos
A quinta possui cinco hectares de vinha e produz 20 a 25 mil litros de vinho por ano. Sob as marcas Casa do Carregal e Portal do Carregal a empresa aposta em dois espumantes (um branco e um rosé) "únicos e genuínos, de castas especificas da região", já premiados, e em dois vinhos verdes brancos e um rosé.
- Kiwis
Uma plantação de quase 13 hectares de kiwis está já no 8.º ano de produção e a entrar em "velocidade cruzeiro", sendo uma "mais-valia" para a empresa.
- Agro-turismo
Além do eno-turismo, já potenciado pela Rota do Vinho Verde, a aposta deverá passar pelo "lacto-turismo" com visitas organizadas regulares à fábrica e acompanhamento do processo de transformação do leite em queijo e depois prova dos produtos que vão para o mercado. No solar da Quinta da Tapada estão disponíveis seis quartos para alojamento, todos com casa de banho privativa.
São exploradas ainda as visitas aos jardins das camélias e um salão para festas e eventos com capacidade para 300 pessoas.
Fonte: Semanário Verdadeiro Olhar
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