Há cada vez mais pessoas empenhadas em acabar com o desperdício
alimentar. O projeto Refood, que arrancou em Lisboa em março de 2011,
cresce todos os dias. Resgata, em média, 14 mil refeições/mês e quer, em
breve, chegar ao Porto e, até ao fim do ano, ter núcleos nas 24
freguesias da capital.
Há cada vez mais pessoas empenhadas
em acabar com o desperdício alimentar. O projeto Refood, que arrancou em
Lisboa em março de 2011, cresce todos os dias. Resgata, em média, 14
mil refeições/mês e quer, em breve, chegar ao Porto e, até ao fim do
ano, ter núcleos nas 24 freguesias da capital.
O sonho do
americano que anda de bicicleta, que reside em Lisboa há mais de 20
anos, parece estar, a pouco e pouco, a tornar-se realidade: fazer de
Lisboa a primeira cidade do mundo sem desperdício alimentar. "Estamos a
alimentar pessoas. Há pressa. Há pressa de espalhar o projeto o mais
rápido possível", diz, ao JN, Hunter Halder, 62 anos, ex-consultor de
empresas dedicado ao "team building" e agora comprometido em acabar com o
ilógico desperdício que leva restaurantes, hotéis, cantinas e empresas a
deitar para o lixo comida que podia alimentar pessoas que passam fome.
O
projeto nasceu na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, em março de
2011, primeiro com apenas cerca de 30 restaurantes e igual número de
voluntários. Hoje, este núcleo tem cerca de 100 fontes de alimentos -
entre os quais o El Corte Inglés, o refeitório da Casa da Moeda e muitos
pequenos restaurantes e pastelarias da zona que dão o que podem - e
cerca de 250 voluntários que, todos os dias, em três turnos, são
responsáveis por recolher, embalar e distribuir alimentos que dão de
comer a mais de 60 famílias.
Envolve 300 restaurantes
A
ideia germinou e, hoje, há mais três núcleos a funcionar: Telheiras,
Estrela e Lumiar, este último desde 18 de dezembro e com sede num espaço
cedido pelo Hospital Pulido Valente, distribuindo também a comida que
sobra do hospital. No total, o Refood tem neste momento cerca de 300
fontes de alimentos e 700 voluntários, "mais 300 a 400 envolvidos no
desenvolvimento de novos núcleos", diz o fundador, adiantando que os
próximos a abrir deverão ser São Sebastião da Pedreira e Olivais. Mas há
também gente com vontade de arrancar em Alfragide, Almada e no Porto
(onde os interessados podem manifestar-se pelo email
porto.refood@gmail.com).
"Eu sempre disse que a Refood não é um
comboio. É um foguetão", diz Hunter, garantindo que todos os dias é
contactado por pessoas empenhadas neste combate. "O único benefício da
crise foi a mudança de valores, pensar mais em quem precisa. Quando as
pessoas estão bem não pensam tanto nas dificuldades", diz, explicando
que todas as doações são bem-vindas sejam tempo (duas horas por semana),
equipamentos (precisam de frigoríficos) ou espaço. "Nós não somos um
clube, somos a Seleção Nacional. Todos são bem-vindos e convidados a
ajudar".
Fonte: Jornal de Notícias
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