A banca credora da Pescanova apresentará hoje uma proposta para
converter a dívida da empresa galega em acções e entrar no seu capital,
rejeitando o perdão defendido pelo grupo, informam fontes financeiras
citadas pela imprensa.
Juan Manuel Urgoiti, designado na quinta-feira como novo presidente
do grupo, defende um corte de 75% nas dívidas para que a empresa,
atualmente em concurso de credores, consiga sobreviver.
As duas partes reúnem-se hoje em Madrid com a presença da Deloitte, administrador do concurso.
O processo de capitalização da dívida é a postura defendida pelos
principais sete bancos credores da Pescanova (Sabadell, Bankia, Popular,
Caixabank, Novagalicia, BBVA e Santander), e que em junho deram um
crédito urgente de 56 milhões para gastos correntes.
"Estes bancos não querem o 'haircut', defendem a capitalização", referem fontes do mercado citadas pela Europa Press.
Outras fontes, porém, assinalam que um modelo de perdão na dívida
pode ser aceite se a empresa proceder à venda de ativos não estratégicos
ou permitir a entrada de novos investidores no capital da empresa.
A lista de credores de Pescanova eleva-se a quase 500, entre os quais
mais de uma centena de entidades financeiras, organismos públicos ou
mistos, e fornecedores, aos quais a empresa deve um total de 3.640
milhões de euros.
Num encontro com trabalhadores no início da semana Urgoiti disse que
não prevê despedimentos ou a venda de ativos da multinacional pesqueira.
Francisco Puga, presidente do comité de empresa, explicou que a
informação foi transmitida numa reunião na segunda-feira, na qual
participou também Senén Touza, da Deloitte, empresa que está a
administrar o concurso de credores da Pescanova.
Segundo Puga, Urgoiti disse que o objetivo do Conselho de
Administração é negociar com as entidades financeiras credoras e obter
um perdão na dívida de até 75 por cento.
Fonte: Notícias ao Minuto
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