Era uma vez uma amêndoa que sonhava ser tarte... e conseguiu ser a
melhor. É o que dizem os clientes de Catarina Noronha, 45 anos, que
depois de seis a trabalhar na McCann e de se ver desempregada começou a
vender tartes e criou uma marca.
Foi há mais ou
menos dois anos que tudo começou a acontecer. Em todos os encontros de
amigos havia um pedido: “Vasco, traz a tarte!” O doce era famoso no
grupo e desaparecia em menos de três tempos. E rapidamente se tornou
tema de conversa entre os amigos, “que deram imensa energia ao projeto”,
conta Catarina. “Entretanto, o Vasco registou a marca e de repente
tínhamos uma apresentação a um potencial cliente.” Não podia ter corrido
melhor. A Tarte tinha saída “e personalidade, era divertida e
descontraída, as pessoas adoravam”. “Percebi que tinha um grande
produto, mas não quis colá-lo aos ‘melhores bolos’ que já existem.”
Ficou A Tarte. Ganhou uma página no Facebook - hoje com perto de 9 mil fãs - e tornou-se um pequeno negócio.
“Nunca
imaginei que estaria a vender tartes”, garante a publicitária. Mas
adora o que lhe aconteceu - ou antes, fez acontecer: “Passividade e
inércia são o pior que nos pode acontecer. A Tarte veio adoçar-me a vida
depois do ‘desgosto de amor’ que tive ao deixar a publicidade.”
A
receita é de Vasco Valença, 53 anos, engenheiro alimentar atualmente a
viver no Dubai, onde é vice-presidente de uma empresa de gelados, mas a
marca tem todos os dedos de Catarina. “Foi ótimo, porque nos
complementamos: o Vasco adora cozinhar, é criativo, inovador, curioso e
apaixonado; eu gosto e conheço o projeto de comunicação.”
O investimento? “Foram os ingredientes - para a base de bolacha e o
topping tipo nougat - e muita paixão.”
Com o crescimento da marca, A
Tarte ganhou volume e foi preciso abrir a Casa da Tarte, onde todos os
dias quatro pessoas fazem artesanalmente as centenas de encomendas que
chegam aos clientes. “Em dois anos, temos 90 parcerias, incluindo com
restaurantes como o Solar dos Presuntos, e uma marca de grande
notoriedade. Estivemos no Super Bock Super Rock e na Caixa Alfama, e
percebemos que as pessoas queriam ter A Tarte por perto, por isso
abrimos o corner no Corte Inglés - num espaço rotativo. Correu tão bem
que ficámos. Agora abrimos, um pop up nas Amoreiras, onde as pessoas
também podem comer A Tarte à fatia ou levá-la para casa. Não sei se
abriremos mais.”
Para já, a preocupação é crescer, sem massificar,
dando passos sempre muito sustentados. E pelo caminho aparecem edições
especiais, como a de pinhão e o gelado.
“Queremos chegar aos
quatro cantos do mundo; já estamos a entrar no Dubai, com um parceiro
português”, revela Catarina, que fatura “uns milhares de euros”, mas
acredita que vai quadruplicar esses valores este ano. E porque a vida
lhe corre bem, A Tarte também já é solidária: associou-se à CASA e deu
2500 fatias aos sem-abrigo CASA.
Fonte: Dinheiro Vivo
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