terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Neste café londrino tudo é gratuito menos o tempo


É um café, pode servir como escritório, também funciona como clube social e tem uma vertente de centro cultural. O novo café londrino Ziferblat parece ser de difícil classificação, mas a sua abertura, apesar de recente, já está a causar sensação entre a imprensa local.
À entrada, os clientes recolhem um relógio para apontar o tempo de entrada e saída para efetuar o pagamento no final. De resto, tudo é gratuito. Neste café, localizado no bairro de Shoreditch, só se paga o tempo de permanência no espaço, porque a internet, impressora, bebidas e pastelaria não são cobrados.

O conceito foi lançado por Ivan Mitin há dois anos na Rússia e a partir daí já foram inaugurados dez estabelecimentos como em Moscovo, São Petersburgo ou em Kiev, capital da Ucrânia.

Tendo em conta o elevado nível de vida de Londres, os preços praticados nem são muito altos. Uma hora custa cerca de 2,20 euros, enquanto um minuto fica por 4 centavos de euro.

"Aqui tudo é grátis excepto o tempo que aqui passas; e ao pagar pelo tempo, estás a fazer uma doação com o objetivo de desenvolver esta experiência social", pode-se ler no comunicado divulgado pela empresa.

"Estamos primeiro preocupados com o individualismo e a liberdade interna. Providenciamos algo como um refúgio numa cidade de impostores. É como uma casa de árvore para adultos as pessoas reúnem-se para construir um lugar para si próprias, para ser abertos uns com os outros, para esconderem-se "dos adultos"", disse Ivan Mitin à revista online Animal.

O dono da Ziferblat conta que não existe nenhuma empresa a patrocinar a cadeia e que consegue expandir-se á custa dos lucros e das doações.

A Time Out londrina considera que o Ziferblat já é um dos melhores novos locais da cidade. "Podemos estar somente a uma semana de 2014, mas este tem de ser um candidato à melhor inauguração do ano", escreve a publicação de lazer.

Uma das particularidades da Ziferblat é não existirem empregados, com o seu CEO a explicar o conceito. "Numa casa de árvore, é impossível jogar jogos de "cliente" e "empregado", porque cada ser humano é um indíviduo que não pode ser um servo de outro. Não tenho ilusões de que a Ziferblat pode ser a cura para todos os males, mas estamos alcançar isso", defende Ivan Mitin.

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