Sector
quer sensibilizar o governo para ter acesso ao mesmo tipo de apoios que
os seus mais directos concorrentes. A não ser assim, podemos perder o
4.º lugar no ranking exportado.
A
indústria do tomate corre o risco de perder competitividade face a
Espanha e a Itália e recuar nos lugares cimeiros, enquanto exportadora,
conseguidos nos últimos anos devido à possível distorção dos apoios
dados pelos diferentes países europeus, na sequência da diminuição das
ajudas comunitárias concedidas ao abrigo da Política Agrícola Comum.
O quarto maior exportador a nível mundial de tomate transformado, que
detém a maior produtividade média da Europa e a terceira mais elevada
do mundo, espera que o governo português inclua o sector nas ajudas
directas do primeiro pilar da PAC no período entre 2014 e 2020, o que
significa que quem plantar terá um reforço no envelope financeiro.
Espanha já anunciou publicamente que seguirá a política de ligar os
apoios à produção do tomate industrial, ao invés de serem concedidos por
hectare, as chamadas ajudas indirectas. O país vizinho reservou 6,3
milhões de euros para este efeito, o que representa um apoio de cerca de
280 euros por hectare.
Itália aposta forte nos apoios
Também em Itália começaram a circular recentemente informações sobre o
facto do governo se preparar para seguir o mesmo caminho dos espanhóis,
mas com apoios substancialmente superiores: uma ajuda total de 30
milhões de euros que se traduzirá num financiamento, por hectare
cultivado, de cerca de 500 euros.
Segundo Miguel Cambezes, secretário--geral da Associação dos
Industriais do Tomate (AIT), o executivo português já mostrou estar
sensível a esta matéria, embora até agora ainda não tenha avançado com
nenhum acordo concreto.
"Uma vez que há outros países na UE que vão ligar as ajudas ao
tomate, é quase obrigatório que o governo o faça porque senão o sector
terá uma perda de competitividade enorme", disse ao i o
dirigente associativo. "O Ministério da Agricultura é sensível à
questão, tanto mais que esta fileira tem sido sempre apontada como um
caso de sucesso."
Uma verdadeira estrela do agro-alimentar, é assim que a própria
ministra da Agricultura, Assunção Cristas, se refere ao sector. "Mas
resta saber se o nível financeiro que o governo se propõe disponibilizar
será idêntico ao dos nossos concorrentes", disse ainda o
secretário--geral da associação que representa o sector.
A redução substancial das ajudas à produção de tomate para indústria
na Grécia, há dois anos, fez com que a produção naquele país tenha caído
para metade. Este é o principal receio dos industriais, tanto mais que
consideram que o aumento da produtividade via reforço dos apoios é uma
forma de premiar a ineficiência por via administrativa.
A Associação dos Industriais do Tomate reuniu recentemente com a
Comissão da Agricultura e Mar no sentido de somar apoios que promovam
condições para a manutenção da competitividade nacional do sector.
O objectivo é conseguir uma produção de dois milhões de toneladas,
processadas por ano, através da adopção de um vasto conjunto de
iniciativas que passam por seguros de colheita para a extensão da
campanha, incremento do rendimento agrícola, regulação do transporte da
matéria-prima com igualdade de tratamento relativamente à indústria do
papel e a criação de um centro de Investigação & Desenvolvimento de
apoio a esta indústria.
Fonte: ionline
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