A instalação de empresas, aproveitando a ligação de antigos alunos à
escola, a criação de um "laboratório de ideias" e o projeto
"investigação para todos" são algumas das iniciativas que a Escola
Superior Agrária de Santarém (ESAS) tem vindo a promover.
António Azevedo, diretor da ESAS, uma das cinco unidades do Instituto
Politécnico de Santarém, disse à Lusa que, além das três empresas já
instaladas por antigos alunos -- Queijo da Quinta, WTejo e Biovolution
-, há outras que se poderão instalar em breve, aproveitando a
experiência adquirida no mercado de trabalho por profissionais que podem
ser uma "âncora" na procura de complementaridades que garantam a
sustentabilidade da escola.
"Damos a possibilidade aos ex-alunos que querem criar a sua própria
empresa de se instalarem na escola" e aos atuais estudantes de, com
eles, "aprenderem a fazer um plano de negócio", disse António Azevedo.
Fazendo parte de um conjunto de iniciativas lançadas em 2012, ano em
que a ESAS iniciou a celebração dos 125 anos (assinalados em 2013), a
instalação de empresas na vasta propriedade da escola, a Quinta do
Galinheiro, alia-se à iniciativa "laboratório de ideias" que está a ser
desenvolvida com a Business Angels, a RISA, a Caixa Geral de Depósitos e
a autarquia.
"Neste momento estamos a organizar os tutores internos, definir áreas
e o que se faz cá dentro e o que é preciso fazer lá fora", disse,
adiantando que o "laboratório de ideias" tem por objetivo desenvolver
novos produtos, aproveitando as estruturas existentes, e incentivar o
espírito empreendedor dos alunos.
Associado a este projeto está a "investigação para todos", proposta
saída de uma "jornada de reflexão" que visa garantir que a investigação
não termine com a publicação dos trabalhos de mestrado, mas que seja
continuada, tanto por estudantes como por docentes.
Em negociações está a instalação de colmeias de uma associação de
apicultores - que, além da produção de mel e de produtos associados,
dará formação profissional -, de uma 'spin off' (empresa nascida de um
grupo de pesquisa) da Universidade Nova - que precisa de laboratórios
para desenvolver novos produtos na área das tintas - e de uma empresa
(esta também de antigos alunos) para criação de kits analíticos na área
dos vinhos.
Por outro lado, a ESAS vai começar a colocar os seus vinhos Polinómio
no E.Leclerc, situado junto à escola, uma iniciativa que partiu do
hipermercado.
A ESAS tem registadas duas marcas de vinhos, a Tejo Intenso e a
Polinómio, que produz a partir da uva colhida nos mais de oito hectares
de vinha que possui, permitindo aos alunos participarem em todo o
processo, desde a poda, ao acompanhamento de todo o ciclo vegetativo da
videira até à produção de vinho na adega.
Há ainda o trabalho de preservação do cavalo Sorraia, a que se junta a
colaboração com associações que procuram proteger raças suínas
autóctones, como a alentejana, o bísaro e agora os malhados de Alcobaça,
estando em curso um projeto para produção de presunto, num processo que
irá até à fase de embalagem, frisou António Azevedo.
Nas instalações da ESAS funciona ainda a componente prática do curso de veterinária da Universidade Lusófona.
"Neste momento conseguimos gerar 33% de receitas próprias. Se conseguirmos chegar aos 40% será excelente", acrescentou.
Fonte: Noticias ao Minuto
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