A Companhia de Pescarias do Algarve quer ver a produção de mexilhão do
Atlântico distinguida, pela primeira vez, com a certificação
internacional para pesca ambientalmente sustentável da organização sem
fins lucrativos Marine Stewardship Council (MSC), anunciou a
administração da empresa.
Fonte da MSC adiantou à agência Lusa que o processo de certificação
"demora em norma 12 meses" e que o selo azul atribuído e impresso nos
rótulos permite aos consumidores "identificarem os produtos
ambientalmente sustentáveis", segundo normas verificadas por "uma
terceira parte independente".
A Companhia das Pescarias do Algarve é a empresa do setor mais antiga
de Portugal e detém os direitos de exploração de zonas do 'off-shore'
de aquacultura da Armona, no Algarve, com 90% da sua produção a ser
mexilhão do Atlântico destinado aos mercados português, espanhol e
francês.
António Farinha, administrador da Companhia das Pescarias do Algarve,
disse à Lusa que o objetivo principal da empresa ao implementar esta
certificação é facilitar a entrada do produto em países com
"consumidores mais exigentes em questões de sustentabilidade ambiental".
"Acreditamos seriamente que nos pode dar entrada em alguns mercados
mais exigentes em termos de produtos que devem ser certificados e
permitem garantir a sustentabilidade do recurso e uma pescaria
sustentável", afirmou António Farinha.
Esses mercados estão situados na América do Norte e no Norte da
Europa. A certificação MSC tem, segundo o responsável, um "elevado
padrão de qualidade e ambiental" para "demonstrar a preocupação" da
empresa na aplicação de métodos e práticas sustentáveis na sua produção.
Cátia Meira, do departamento de Comunicação do certificador, explicou
à Lusa que o MSC é "uma organização mundial independente, sem fins
lucrativos, cujo objetivo é proteger a saúde dos oceanos e os recursos
marinhos através de um programa de certificação internacional, que
premeia as pescarias que o fazem de formas sustentáveis e são
responsáveis com os recursos marinhos".
A mesma fonte frisou que a MSC "apenas estabelece o padrão" para a
certificação e depois há "um certificador independente que vai fazer
essa avaliação".
O processo"normalmente tem a duração de um ano e diferentes fases"
pelas quais a Companhia de Pescarias do Algarve irá passar, numa
avaliação que vai "analisar a saúde do 'stock', neste caso do mexilhão, o
impacto da pescaria no meio ambiente e a eficácia da gestão dessa
pescaria".
Cátia Alves disse que esta é a primeira vez que a pescaria do
mexilhão do atlântico será certificada pela MSC, mas a organização já
distinguiu também em Portugal a pescaria da sardinha.
Fonte: Noticias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário