O que são e quais são os óleos de fritura?
O
termo fritura pode utilizar-se tanto para o modo de confecção em que o
alimento é imergido em óleo de fritura (Deep frying), como para o caso
em que o alimento é confeccionado numa quantidade pequena de gordura.
Os
óleos de fritura são geralmente gorduras de origem vegetal que estão no
estado líquido à temperatura ambiente (20ºC). Incluem desde o azeite,
que é o óleo extraído da azeitona, até aos óleos de girassol, amendoim,
palma, algodão e coco, entre outros etc. Para além dos óleos, nas
frituras do tipo salteado, podem também usar-se as gorduras que se
mantêm sólidas à temperatura ambiente, tais como a margarina de origem
vegetal e a manteiga ou a banha de origem animal.
Todas
as gorduras são constituídas, maioritariamente, por ácidos gordos
(triglicéridos) que se incluem em 3 grandes grupos: os saturados, os
monoinsaturados e polinsaturados. E, são precisamente as diferenças de
composição dos óleos nos vários tipos de ácidos gordos que determinam as
suas características, tornando uns óleos mais indicados para a fritura
do que outros.
Em termos de segurança alimentar quais as diferenças entre os diversos óleos?
As
gorduras ricas em ácidos gordos saturados são geralmente de origem
animal como a manteiga, havendo contudo, algumas excepções de origem
vegetal como por exemplo o óleo de coco. O consumo deste tipo de
gorduras pode resultar no aumento dos níveis de colesterol, o que conduz
ao desenvolvimento das as doenças cardiovasculares. A margarina, por
seu lado, é, em geral, constituída por gordura de origem vegetal, que
por ser hidrogenada, contém ácidos gordos trans, cujo consumo também
associado ao aumento do colesterol.
Os
óleos vegetais têm na sua composição, maioritariamente, ácidos gordos
monoinsaturados ou polinsaturados. Os óleos monoinsaturados, como o
azeite ou o óleo de amendoim são mais resistentes às altas temperaturas
enquanto que os óleos polinsaturados como o óleo de girassol, de soja ou
de milho se degradam mais rapidamente.
Quais são os óleos devem ser usados para a fritura?
Os
óleos usados na fritura sofrem alterações rápidas e muito complexas
devido nomeadamente às altas temperaturas a que são sujeitos e, uma vez
que estas alterações podem ter consequências quer ao nível nutritivo
quer ao nível da saúde humana, é importante saber como os diversos óleos
alimentares se comportam.
Para os
óleos monoinsaturados, as temperaturas a partir das quais os processos
de degradação se desencadeiam, são superiores à temperatura de fritura
que é cerca de 180ºC. Os óleos polinsaturados degradam-se a temperaturas
inferiores a 180ºC.
As temperaturas a partir das quais as diversas gorduras se degradam rapidamente são as seguintes:
Gordura e temperaturas de degradação:
Óleo de Amendoim 220º
Azeite 210º
Banha de Porco 180ª
Óleo de Girassol 170º
Óleo de Soja, 170º
Óleo de Milho 160º
Óleo de Colza 160º
Margarina 150º
Manteiga 110º
Para a fritura os óleos mais adequados são o azeite e óleo de amendoim.
Devem os fritos fazer parte da dieta?
A
confecção de alimentos pelo processo de fritura é bastante usada entre
nós, devido à sua grande tradição na gastronomia portuguesa. Além disso é
um modo de confecção muito rápido e prático que pode ser usado numa
grande variedade de alimentos.
As
desvantagens associadas à fritura são basicamente de dois tipos,
estando relacionadas com o modo de confecção em si e com a má utilização
dos óleos de fritura. No que se refere ao modo de confecção, a fritura é
um processo bastante complexo através do qual os alimentos sofrem
alterações a vários níveis. A fase inicial envolve uma desidratação
parcial dos alimentos, em que a água da sua composição e os materiais
nela solubilizados são retirados do interior dos alimentos. Já numa 2ª
fase, o óleo vai entrar nos alimentos, ocupando parte do espaço deixado
livre pela água, o que depende fundamentalmente da temperatura do óleo e
do alimento. Um alimento frito terá necessariamente mais gordura, e
logo maior valor calórico, que um alimento confeccionado de outro modo. E
de facto verifica-se que uma costeleta de porco se for frita tem um
acréscimo calórico de 22% em comparação com uma costeleta, com o mesmo
peso, grelhada. Já o caso da batata é um exemplo muito significativo,
pois uma batata frita (palitos) contém cerca de 3,75 vezes mais calorias
do que a mesma batata se for cozida (sem pele) e 6 vezes mais se for
frita às rodelas (in Krause’s Food, Nutrition, and Diet Therapy. editted
by L.Kathleen Mahan, Sílvia Escott-Stump. 10th ed.)
Por
outro lado, a fritura dos alimentos pode conduzir à formação de
substâncias tóxicas, como a acrilamida, designados por contaminantes
resultantes do processamento alimentar. Na confecção dos alimentos pela
fritura, as temperaturas elevadas aliadas à presença de água e oxigénio
contidos nos alimentos dão origem a reacções de oxidação do óleo, entre
outras, que provocam alterações nas características do óleo nomeadamente
ao níveis do sabor, odor e cor. A degradação dos óleos, que ocorre
durante a fritura é, assim, resultado de um complexo conjunto de
reacções químicas de degradação, nomeadamente:
1.Hidrólise -
reacção do óleo com a água com formação de diglicéridos, de ácidos
gordos livres, que está altamente dependente da quantidade de água do
alimento, temperatura do óleo, número de utilizações do óleo e sujidade
no óleo.
2.Oxidação
- reacção do oxigénio com o óleo com formação de álcoois e ácidos entre
outros produtos, cuja velocidade está dependente da temperatura, e que
pode resultar no aparecimento abundante de espuma no óleo e cheiro/sabor
a ranço.
3.Polimerização
– reacções que ocorrem nos óleos a temperaturas elevadas com formação
de moléculas de grandes dimensões os polímeros. Temperatura demasiado
elevada do óleo durante
demasiado tempo pode resultar na produção de
níveis altos de polímeros.
Nos
processos de fritura, a degradação dos óleos gera substâncias tóxicas de
diversos tipos que podem ter efeitos bastante nocivos para a saúde.
No
entanto é importante ter presente que a formação destes compostos
depende do tipo de óleo e da temperatura a que são submetidos os
alimentos, podendo ser minorada com uma utilização correcta dos óleos de
fritura (temperatura, nº de utilizações, tempo da fritura) e também
pela presença de antioxidantes. Os óleos vegetais contêm geralmente
antioxidantes da família do tocoferol, sendo alguns muito eficazes na
protecção dos óleos contra as reacções de oxidação.
Quando se deve mudar o óleo?
Não
há receitas, uma vez que a alteração dos óleos para além de depender do
seu tipo e da temperatura de fritura, depende também do tipo de
alimento que se frita. Por exemplo, o peixe degrada mais rapidamente o
óleo do que a batata.
Existem, no
entanto, vários aspectos indicativos da alteração dos óleos de fritura,
que podem ajudar na tomada de decisão de substituir o óleo por um novo:
Alteração da cor: o escurecimento do óleo indica o que este já sofreu reacções de oxidação
Alteração do cheiro: a emanação de odores desagradáveis relaciona-se com a acidificação do mesmo
Alteração do sabor: a alteração do óleo confere um sabor desagradável devido à acidificação do óleo.
Aumento da viscosidade.
Libertação de fumos a temperaturas inferiores à temperatura de fritura.
Formação de espuma abundante resultante das reacções de oxidação, aceleradas pelas altas temperaturas.
Alteração da cor: o escurecimento do óleo indica o que este já sofreu reacções de oxidação
Alteração do cheiro: a emanação de odores desagradáveis relaciona-se com a acidificação do mesmo
Alteração do sabor: a alteração do óleo confere um sabor desagradável devido à acidificação do óleo.
Aumento da viscosidade.
Libertação de fumos a temperaturas inferiores à temperatura de fritura.
Formação de espuma abundante resultante das reacções de oxidação, aceleradas pelas altas temperaturas.
Conselhos para a manutenção das fritadeiras e óleos
Os óleos de fritura não devem ser aquecidos a temperaturas superiores a 180ºC, pois a temperaturas mais altas verifica-se uma mais rápida degradação dos mesmos. Deve proceder-se, com frequência, à remoção das partículas de comida e crostas da fritadeira de modo a mantê-la sem sedimentos. A presença e acumulação de sedimentos podem levar à formação de produtos de degradação das gorduras indesejáveis e ao escurecimento dos alimentos aí processados. Assim, deve-se filtrar o óleo após a sua utilização e arrefecimento.
As fritadeiras devem ser limpas periodicamente. Se for feita a lavagem com detergente deve-se no final passar com vinagre diluído para neutralizar o detergente que possa ter permanecido na fritadeira. Os resíduos de sabão são extremamente prejudiciais para os óleos de fritura, pois o sabão, sendo um surfactante, facilita a formação de emulsões estáveis de óleo e água durante a fritura. Estas por seu lado, são fundamentais para as reacções de degradação dos óleos de hidrólise. Mantenha um nível de óleo constante, juntando óleo novo sempre que necessário. Reduza a temperatura do óleo da fritadeira para 120ºC quando interrompe o processo de fritura. A fritadeira deve ficar tapada quando não está a ser utilizada, de modo a proteger o óleo do contacto com o ar e com a luz. A fritadeira não deve conter peças em cobre, ferro preto ou latão que possam contactar com o óleo aquecido. A presença desses metais, nem que sejam sequer de só vestígios, conduz à rápida deterioração dos óleos. Tempere os alimentos depois de fritos fora da fritadeira.
Os óleos de fritura não devem ser aquecidos a temperaturas superiores a 180ºC, pois a temperaturas mais altas verifica-se uma mais rápida degradação dos mesmos. Deve proceder-se, com frequência, à remoção das partículas de comida e crostas da fritadeira de modo a mantê-la sem sedimentos. A presença e acumulação de sedimentos podem levar à formação de produtos de degradação das gorduras indesejáveis e ao escurecimento dos alimentos aí processados. Assim, deve-se filtrar o óleo após a sua utilização e arrefecimento.
As fritadeiras devem ser limpas periodicamente. Se for feita a lavagem com detergente deve-se no final passar com vinagre diluído para neutralizar o detergente que possa ter permanecido na fritadeira. Os resíduos de sabão são extremamente prejudiciais para os óleos de fritura, pois o sabão, sendo um surfactante, facilita a formação de emulsões estáveis de óleo e água durante a fritura. Estas por seu lado, são fundamentais para as reacções de degradação dos óleos de hidrólise. Mantenha um nível de óleo constante, juntando óleo novo sempre que necessário. Reduza a temperatura do óleo da fritadeira para 120ºC quando interrompe o processo de fritura. A fritadeira deve ficar tapada quando não está a ser utilizada, de modo a proteger o óleo do contacto com o ar e com a luz. A fritadeira não deve conter peças em cobre, ferro preto ou latão que possam contactar com o óleo aquecido. A presença desses metais, nem que sejam sequer de só vestígios, conduz à rápida deterioração dos óleos. Tempere os alimentos depois de fritos fora da fritadeira.
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