A empresa algarvia deverá ser, brevemente, a única empresa no
mundo com a certificação ambiental MSC (Marine Stewardship Council) para
o mexilhão. Este rótulo ecológico oferece ao consumidor a garantia de
estar a escolher produtos do mar sustentáveis, contribuindo para a saúde
dos oceanos.
A Companhia das Pescarias do Algarve, que está a completar 180 anos, é
atulamente um dos exemplos de sucesso numa atividade ligada ao mar
(neste caso particular a produção de bivalves), um setor considerado
como estratégico para o desenvolvimento da região.
A empresa nasceu em 1835, começou por se dedicar ao setor da pesca,
principalmente atum. Mas acabou por se modernizar e enveredou pela
aquacultura offshore (em mar aberto), da qual foi pioneira no nosso
país, mais propriamente de produção de bivalves, destacando-se o
mexilhão, a ostra e a vieira, mas também a amêijoa e o berbigão, estes
em menor escala.
Trata-se de um exemplo daquilo que defende o presidente da CCDR
Algarve, ou seja, “fazer do velho, novo, com base na introdução de
inovação e de recursos humanos mais qualificados”.
A Companhia das Pescarias do Algarve possui cerca de 55 quilómetros
de linhas de produção ao largo da Ilha da Armona e viu todas as suas
candidaturas a fundos comunitários serem aprovadas desde 2007. As suas
infraestruturas representam um investimento de cerca de 11 milhões de
euros.
Além da produção, a empresa possui um centro de expedição e,
recentemente, adquiriu em Olhão uma antiga fábrica para a elaboração de
patés. Também tem várias embarcações para a captura de conquilha.
Brevemente arrancará a fábrica de aproveitamento de cascas, onde
estas serão transformadas em suplementos de cálcio para rações e em
produtos para a agricultura (equilíbrio do ph dos terrenos).
Trabalha essencialmente para o mercado nacional, mas também exporta para Espanha. França e Bélgica são os próximos objetivos.
“O prazo de vida útil do nosso produto é de quatro dias, por isso não
podemos exportar para muito mais longe”, explica José Ribeiros, diretor
comercial da empresa. No entanto, a companhia já tem em carteira a
possibilidade de exportar para a Russia e para os países do Médio
Oriente, neste caso por via aérea.
“Em 2015 pretendemos ser o maior operador privado europeu de
bivalves”, refere o diretor comercial da Companhia das Pescarias do
Algarve, a primeira empresa a avançar com o processo de certificação
ambiental para o mexilhão pelo MCS (Marine Stewardship Council).
Com aquele reconhecimento, a Companhia passará a ser a única no mundo
com a certificação MSC e todo o seu mexilhão (90% da sua produção total
de bivalves) terá direito a ser comercializado com o rótulo ecológico
que oferece ao consumidor uma forma de escolher produtos do mar
sustentáveis, contribuindo para a saúde dos oceanos.
Fonte: Jornal do Algarve
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