“O Continente está mais madeirense e ainda vai ficar mais
madeirense”, afirmou na cerimónia de inauguração o presidente da
comissão executiva do grupo, Luis Moutinho.
O mesmo responsável realçou que este processo representou a
reintegração dos 364 trabalhadores das várias lojas do grupo Jorge Sá,
que receberam os 1,4 milhões de euros de créditos que estavam em dívida
pela anterior entidade patronal e que a reestruturação das lojas foi uma
“missão quase impossível”, porque foi desenvolvida em apenas 46 dias.
Luis Moutinho salientou que o reforço da presença do grupo Sonae
Continente neste arquipélago representa também uma aposta nos produtos
desta região, que “passam a ser exportados” para o território de
Portugal continental.
A aposta do grupo na Madeira fica demonstrada com a existência dos 32
espaços comerciais que passa a deter na região, sendo 16 supermercados.
Quarta-feira abre as portas ao público a grande superfície em São
Martinho (Funchal) e os supermercados em Santana, Machico, Estreito de
Câmara de Lobos, Santo António (Funchal).
Dentro de um mês será a vez dos espaços na Camacha e Ribeira Brava,
sendo o último no centro do Funchal, na rua do Seminário, “devido à
grande intervenção” a que tem de ser submetido, informou o responsável.
A cerimónia de inauguração contou com a presença do presidente do
Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, entre outras
entidades, que agradeceu o “trabalho” desenvolvido, porque “tem um
efeito para a economia da Região e uma grande repercussão social”, visto
que resolveu o problema de desemprego de 364 famílias.
“Estava aqui uma situação que era premente resolver”, declarou o
governante, acrescentando que este projeto vai permitir também a “saída
de produtos regionais de qualidade”.
O comendador Jorge Sá, presidente do grupo que trespassou os espaços
comerciais, à margem da cerimónia afirmou aos jornalistas que a
“cedência de exploração” aconteceu porque as “coisas não estavam a
correr bem”.
“Tentamos arranjar um parceiro, porque quando não podemos com eles,
juntamo-nos a eles”, argumentou, considerando que “dadas as
contingências do mercado e a crise (…), foi preciso pedir socorro” para
permitir o pagamento das dívidas do grupo.
Segundo Jorge Sá, “a distribuição mudou muito nestes últimos anos, a
partir de 20 de fevereiro de 2010 as coisas mudaram bastante e tinha que
haver uma cedência”.
Questionado sobre a situação de dificuldades financeiras nas outras
mais de 10 lojas que ainda pertencem ao grupo Jorge Sá, anunciou que
estão a decorrer negociações para ceder também a sua gestão em parceria,
um processo que prevê seja resolvido dentro de um mês, sem adiantar
mais pormenores, já que “o segredo é a alma do negócio”.
Fonte: Notícias ao Minuto
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