Os Açores vão disponibilizar conhecimentos e meios técnicos a Angola na
área da produção de leite, no âmbito de dois protocolos hoje assinados
em Ponta Delgada.
Um dos protocolos liga o Governo dos Açores, através da Secretaria
Regional dos Recursos Naturais, ao Instituto Nacional de Apoio às
Pequenas e Médias Empresas de Angola e visa, fundamentalmente, o apoio à
formação específica para a produção de bovinos de leite no Planalto do
Uíge.
Quanto ao segundo protocolo, na área do apoio ao melhoramento
genético e maneio animal, foi estabelecido entre a Federação Agrícola
dos Açores e a empresa AGRIPEKUS, empresa responsável pela implementação
de explorações pecuárias na Província de Uíge.
Ricardo Costa, gerente da AGRIPEKUS, disse aos jornalistas que Uíge
"sempre foi essencialmente uma província agrícola", mas atualmente "as
fábricas de leite estão ao abandono", por isso, o protocolo "reativa" um
setor que já era importante.
Nesta primeira fase, por exemplo, vai ser implementada uma fábrica de transformação de leite, revelou.
O presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, afirmou
que "nos próximos dias deslocar-se-á à região pessoal de Angola para
tomarem conhecimento da produção leiteira" e serão também
operacionalizadas "algumas viagens de técnicos a Angola para formação"
na área da agricultura.
A forma de produzir 'e o 'know how' nesta área que existe nos Açores
poderá adaptar-se em Angola e assim ajudar "a alavancar um setor tão
importante para o futuro de Angola, que é demasiado deficitária na área
agrícola", disse Jorge Rita.
Já o presidente do Governo Regional dos Açores disse que a assinatura
dos protocolos foi "o corolário de intenso trabalho desenvolvido ao
longo de meses entre elementos da parte de Angola e da parte açoriana"
para construir “uma oportunidade de desenvolvimento recíproco”.
Vasco Cordeiro disse que se trata, no fundo, de "resgatar um pouco a
história e dar uma nova vitalidade a uma relação que em tempos já
existiu entre os Açores e Angola" na área da produção leiteira e que se
traduzia no facto de "muitos dos agricultores que produziam leite em
Angola serem naturais dos Açores".
"Hoje os agricultores dos Açores e as suas instituições estão em
condições de serem parceiros de outras entidades exteriores à região"
para "colaborarem na formação profissional, no partilhar dos
conhecimentos que tão bons resultados tem dado na região", afirmou.
António Assis, presidente do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e
Médias Empresas de Angola, disse os protocolos dão corpo "a uma relação
de irmandade que já vem de há muito tempo", destacando "a grande
experiência que os açorianos têm em matéria de produção de leite".
Fonte: Notícias ao Minuto
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