O presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) disse hoje que está convencido de que o Governo vai
aproveitar o próximo Orçamento do Estado para baixar o IVA da
restauração, alimentação e bebidas.
"Nem nos passa pela cabeça que o Governo não reconheça que é urgente e
imperioso rever rapidadamente as cargas fiscais, nomeadamente o IVA, do
setor da alimentação e bebidas", afirmou Mário Pereira Gonçalves aos
jornalistas, no final de uma reunião com a CGTP.
O dirigente da AHRESP defendeu a necessidade de se encontrar
rapidamente uma solução para a fiscalidade dos setor e considerou que o
Orçamento do Estado para 2014, a apresentar pelo Governo no próximo mês,
"vai ser certamente uma oportunidade".
Uma delegação da AHRESP reuniu-se hoje com a CGTP, a seu pedido,
durante cerca de hora e meia, para discutir "a grande agenda comum",
nomeadamente os problemas da economia nacional, do emprego, da
fiscalidade da legislação laboral e da contratação coletiva.
"Viemos fazer um diagnóstico conjunto porque é muito mais o que nos
une do que o que nos separa", afirmou Pereira Gonçalves, acrescentando
que a "agenda comum" tem de ser aprofundada, com encontros regulares.
A redução do IVA da restauração dos 23 para os 13% foi um dos pontos consensuais da reunião.
Mário Gonçalves salientou que diariamente estão a encerrar empresas
de restauração e hotelaria e o emprego continua a cair no setor, tal
como as receitas fiscais.
"Mesmo as empresas que estão a funcionar estão a deixar de pagar impostos", referiu.
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, reafirmou a reivindicação
da central de redução do IVA para a restauração e defendeu também a
necessidade de redução do IVA do gás e da eletrecidade para os 6%, por
ser "uma mais valia para as empresas e as familias".
Segundo o sindicalista, a AHRESP e a CGTP concordaram
também que "não há resolução para os problemas da restauração se não
melhorar o poder de compra da população, nomeadamente através do aumento
dos salários e das pensões".
"Precisamos de responder aos problemas do emprego, das empresas, da
economia e isso faz-se com aumentos dos salários, nomeadamente do
Salário Minimo Nacional", disse Arménio Carlos aos jornalistas, depois
de ter recebido os dirigentes das AHRESP.
O líder da Inter considerou que a reunião com AHRESP foi interessante
e disse que espera que o "o entendimento se reflita na prática", em
resposta às reivindicações salariais que a federação sindical do setor
da hotelaria e da restauração, filiada na CGTP, tem apresentado.
"O que é importante é abordar o entendimento que se está a alargar à
opinião pública e a uma parte do empresariado português de que este
memorando da 'troika' não resolve os problemas do país e só agrava a
situação dos portugueses", concluiu.
Fonte: Notícias ao Minuto
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