segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Água Castello quer crescer 5% este ano em Portugal e no estrangeiro

A Água Castello, que produz anualmente 25 milhões de garrafas de água com gás a partir de Moura, Alentejo, quer crescer 5% este ano nos mercados interno e externo e aumentar de 25 para 30/35% o peso das exportações até 2016.

"O objetivo para 2014 é de um crescimento de 5 a 6% do volume de vendas. Mais do que a faturação, o importante é crescer em termos de volume e em número de pontos de venda nos países onde já estamos a trabalhar", afirmou o diretor-geral da empresa, Jorge Henriques, em entrevista à agência Lusa.

Atualmente com um peso de 25% na produção da marca, a exportação tem, na sua opinião, "um grande espaço para crescer", nomeadamente na Ásia e na América Latina, em países como o Brasil, a Colômbia e a Argentina.

"Na Ásia trabalhamos há muitos anos com Macau e Hong Kong e, a partir daí, queremos procurar atingir algumas pequenas regiões da China para corresponder aos pedidos e solicitações que temos tido, mas estamos ainda numa fase de consolidação desta operação", avançou Jorge Henriques.

A este propósito, o responsável recordou que a Castello "trabalha exclusivamente vidro", que apresenta custos de transporte acrescidos, e opera "em mercados altamente competitivos, com todos os grandes 'players' do mercado das águas a nível mundial e numa concorrência absolutamente desigual", dada a sua reduzida dimensão.

Por outro lado, assume como estratégia para os mercados externos apenas "trabalhar onde tiver um parceiro para a distribuição".

Ainda assim, até 2016 a empresa de Moura propõe-se aumentar para 30 a 35% o peso das exportações no volume total da produção, confiando para tal "nas gamas de Castello e de Água Castello Finna que está atualmente a trabalhar nos mercados externos, assim como as embalagens de 0,75 que a marca lançou há cerca de quatro anos no mercado interno e que tem vindo a consolidar nos mercados externos".

De acordo com Jorge Henriques, a América do Norte é o principal mercado de exportação da marca, seguido pela África e pela Europa.

"Temos uma presença de décadas sobretudo nos Estados Unidos da América, que representam hoje quase 50% do total das exportações, e no Canadá", referiu, acrescentando que o "segundo grande mercado" da Água Castello é, atualmente, Angola.

A marca portuguesa, que este ano comemora 115 anos, tem ainda "uma presença muito forte" em Cabo Verde, na Guiné-Bissau, em S. Tomé e em Moçambique, mas, no continente africano, tem sido Angola que "mais tem crescido nos últimos anos".

"No ano passado Angola registou um crescimento de quase 33% e representa praticamente 30% das exportações da marca", notou o diretor-geral, acrescentando que a marca "não descura", contudo, "países como Cabo Verde, que são um ponto de referência desde há muitas décadas e que estão em consolidação e crescimento permanentes".

Já na Europa, a Água Castello foi acompanhando os movimentos da emigração portuguesa, tendo atualmente presença em França, no Luxemburgo e na Suíça e estando a fazer "algumas tentativas para recolocar a marca em países como a Alemanha, que é um grande consumidor de água com gás".

Apesar da aposta assumida nas exportações, a Água Castello continua a encarar Portugal como o seu "grande mercado", responsável por 75% das vendas.

"Tal como na exportação, no mercado interno esperamos crescer 5% este ano, face a 2013, pensando numa recuperação do canal HORECA [hotelaria, restauração e cafetaria] que já vem a sentir-se desde o 2.º semestre de 2013, depois da grande dificuldade sentida em 2011 e 2012", afirmou Jorge Henriques.

"Estamos esperançados que, depois de o mercado ter batido no fundo, comece agora a estabilizar, como apontam os indicadores que temos vindo a receber do mercado, com a atividade económica a melhorar consecutivamente, de uma forma ténue, mas já expressiva em algumas regiões do país", acrescentou o empresário.

Com uma produção anual superior a 25 milhões de garrafas, a Água Castello emprega diretamente 30 pessoas na sua fábrica em Pisões, Moura, sendo ainda responsável por 100 empregos indiretos em permanência, já que toda a logística da marca está externalizada.


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