A Taxa de Segurança Alimentar Mais foi criada há cerca de dois anos mas
continua a provocar mal-estar no setor do retalho. Apesar de, e ao
contrário do Pingo Doce, estarem a cumprir e a pagar a respetiva taxa, a
estratégia do Continente, Auchan e Lidl passa por uma impugnação em
tribunal, conta hoje o Diário Económico.
Apesar de durante a audição na comissão parlamentar de Agricultura e
Mar, o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação
Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, ter declarado aos deputados que três
grandes superfícies “estão em fase de pagamento [da Taxa de Segurança
Alimentar Mais]” e assim a “contribuírem de forma positiva para o
esforço da segurança alimentar”, a verdade é que essas empresas têm uma
estratégia bem definida.
Segundo revela, esta quarta-feira, o Diário Económico, o grupo Sonae,
detentor dos supermercados Continente, a Auchan, dono do Jumbo, e a
cadeia alemã Lidl, estão a pagar a respetiva taxa mas a intenção é
depois avançarem com a impugnação da mesma nas barras do tribunal.
“Em resultado da análise efetuada à portaria publicada, e tendo em
conta os enquadramentos legais, económicos e sociais, a Sonae confirma
que efetuou o pagamento da taxa de segurança alimentar” mas, esclarece
fonte oficial do grupo ao Diário Económico, e por forma a “defender os
interesses da empresa, clientes e comunidade, avançou em simultâneo com a
impugnação judicial da referida taxa”.
No mesmo sentido, uma fonte oficial da Auchan afirma que “estamos a
equacionar efetuar o pagamento da Taxa de Segurança Alimentar Mais, o
que não prejudica o recurso às vias legais para reagir ao regime
jurídico desta taxa”. Esta é também a posição da marca alemã Lidl que
efetuou o pagamento e avançou com a “impugnação”.
Em causa, sustentam estas três grandes cadeias de distribuição, estão
“fragilidades e irregularidades jurídicas da portaria” que obriga ao
pagamento da Taxa de Segurança Alimentar Mais.
Saliente-se que, recorda o Diário Económico, a estratégia do Pingo
Doce, do grupo Jerónimo Martins, foi diferente. Desde o início da
aplicação da taxa que mantém a decisão de não a pagar.
Como é aplicada a Taxa de Segurança Alimentar Mais
Esta taxa aplica-se à área de venda alimentar de grandes superfícies
retalhistas de comércio alimentar e não-alimentar. Para os
estabelecimentos com áreas inferiores a 1.750 metros quadrados é
aplicado um coeficiente de ponderação de 90%, para áreas entre 1.750 e
4.999 metros quadrados de 75% e para superfícies iguais ou superiores a
5.000 metros quadrados de 60%.
Em 2012 foi fixada em 4,08 euros por metro quadrado e no ano passado subiu para sete euros por metro quadrado.
Fonte: Noticias ao Minuto
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