A revista de acesso aberto
GigaScience tornou pública a sequenciação do genoma de 3000 variedades
de arroz e colocou à disposição do público toda a informação numa base
de dados, o que quadruplica a que estava disponível. O projeto conta com
o apoio financeiro da Fundação Bill e Melinda Gates e o seu objetivo é
melhorar a segurança alimentar mundial, com maior incidência nos países
pobres.
A GigaScience, uma revista open
source editada pela Beijing Genomics Institute (BGI) e Biomed Central
anunciou hoje a publicação de um artigo com a sequenciação do genoma de
3000 variedades de arroz.
A iniciativa, que é fruto de uma
colaboração entre a Academia Chinesa de Agricultura, o Instituto
Internacional de Investigação do Arroz (IRRI) e BGI, conta com o
financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates e do Ministério da
Ciência e Tecnologia da China (CAAS).
A publicação em aberto da
sequenciação e a disponibilização da enorme base de dados (que
quadruplica os dados de sequências de arroz disponíveis até ao momento),
coincide com a celebração do Dia Mundial contra a Fome e tem como
objetivo melhorar a segurança alimentar mundial. Toda a informação
poderá consultar em GigaDB, a base de dados em aberto de GigaScience.
Os impulsores de The 3000 Rice
Genomes Project destacam que, com o cenário de 1 em cada 8 habitantes
afetados pela fome e pobreza extrema, e uma população mundial cada vez
maior – que poderá alcançar os 9600 milhões em 2050 – é necessário criar
novos recursos para melhorar o rendimento das sementes, reduzir o
impacto das práticas agrícolas no meio ambiente e desenvolver cultivos
de alimentos nutritivos de alto rendimento, que possam crescer com êxito
em ambientes atacados pela seca, pragas, doenças, ou má qualidade dos
solos.
Ainda que a investigação tenha
avançado muito desde que se publicou a primeira sequencia do genoma do
arroz de alta qualidade em 2005, verificaram-se muito poucas alterações
nas práticas de cultivo que são necessárias para a produção de melhores
sementes e mais adaptadas.
Cultivos inteligentes
Zhikang Li, diretor do projeto
na Academia Chinesa de Agricultura, assinalou que a iniciativa é parte
de um esforço contínuo que trata de proporcionar recursos aos camponeses
afetados pela pobreza em África e na Ásia, com o objetivo de chegar
pelo menos a 20 milhões de agricultores de arroz em 16 países (8 em
África e 8 em Ásia).
“O arroz é o alimento básico em
Ásia e o seu consumo aumentou em África. Com a diminuição dos recursos
hídricos e de terras de cultivo, a segurança alimentar é e será um dos
maiores desafios nessas zonas. Como cientista especializado na genética
do arroz, no seu cultivo e no seu genoma, seria um sonho para mim ajudar
a resolver este problema”, sublinhou.
Fonte: AGROTEC
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