O trabalho de Implementação de um Sistema HACCp é inimigo das planificações no tempo logo à partida por trabalhar baseado no grau de acompanhamento e envolvimento das pessoas que são sua parte integrante. Para além desta variável, tão dificil de controlar, as principais dificuldades na implementação de um sistema de segurança alimentar são:
1. Custo inicial a suportar pelas empresas
2. Resistência à mudança/alteração na gestão e nos hábitos
3. Constante actualização de conhecimentos
4. Informação convertida para uma forma simples, eficiente e eficaz
Para além de assegurar que as empresas e operadores da área alimentar correspondam aos desígnos da legislação aplicável, o Sistema HACCP permite obter benefícios importantes em áreas estratégicas das organizações alimentares, permitindo que estas respondam mais eficazmente às solicitações de um mundo negocial cada vez mais exigente e global.
Entre as principais vantagens na Implementação de um Sistema HACCP estão:
1. Análise sistemática e científica
2. Sistema activo e preventivo, usando ferramentas de análise antes dos problemas surgirem
3. Redução de custos
4. Identificação de todos os acontecimentos possíveis de perigo
5. Concentrar meios técnicos e orientação dos recursos par áreas críticas
6. Prevenir = reduzir perdas
7. Reconhecimento Legal e Internacional (FAO / WHO, Codex)
18. Oportunidades de negócio
9. Aplicação na totalidade da cadeia alimentar
10. Maior confiança na segurança do produto
11. Ferramenta de Inspecção e controlo
12. Pode ser usado como prova de defesa contra acções legais
13. Optimiza os recursos e garante a Segurança alimentar diminuindo a probabilidade de ocorrência de acidentes que ponham em risco a saúde dos consumidores e a imagem da empresa
14. Optimiza e direcciona os recursos (humanos e materiais) para os pontos chave do processo
15. Proporciona a avaliação sistemática de todos os aspectos da segurança alimentar desde as matérias primas até ao produto final
16. Permite cumprir com a legislação obrigatoriamente aplicável ao sector alimentar
17. Promove a formação, motivação e o envolvimento eficaz dos colaboradores nas políticas da empresa nas áreas da qualidade, higiene e segurança e nos processos de melhoria contínua.
18. Preenche uma das condições necessárias à certificação do sistema de gestão da qualidade
19. Estabelece um clima de confiança no interior e para o exterior da empresa: colaboradores, clientes, agentes económicos e organismos oficiais
20. Esta confiança traduz-se no aumento da segurança e qualidade dos alimentos sob o ponto de vista microbiológico, químico e físico
21. Facilita as trocas internacionais, através da adopção de uma linguagem comum e universal
O Ciclo PDCA foi introduzido no Japão após a Segunda Guerra Mundial, idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, quem efectivamente o aplicou.
O Ciclo PDCA é aplicado principalmente nas normas de sistemas de gestão podendo ser aplicado e utilizado em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso de uma actividade, produto ou serviço.
O inicio do ciclo dá-se pelo planeamento, seguido implementação ou execução da acção ou conjunto de açcões planeadas. De seguida verifica-se se o que foi aplicado está de acordo com o planeado, de forma constante e repetida (ciclicamente), e agindo para eliminar reduzir defeitos no produto ou serviço, sempre na procura da melhoria contínua.
Os passos são os seguintes:
Plan (planear) : estabelecer missão, visão, objetivos (metas), procedimentos e processos (metodologias) necessários para atingir resultados
Do (implementar) : realizar, executar as actividades e medidas planeadas.
Check (verificar) : monitorar e avaliar periodicamente os resultados, avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planeado, objetcivos definidas, especificações determinadas, consolidando as informações.
Act (agir) : Agir de acordo com o avaliado e de acordo com os relatórios, eventualmente determinar e elaborar novos planos de acção, de forma a melhorar a qualidade aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas.
Há uns meses passava um spot televisivo comercial de uma marca conhecida de lacticínios em que o protagonista, no papel de um engenheiro da marca, dizia que iria começar com um palavrão: "Rastreabilidade". De seguida, explicou qual o sentido deste termo na marca.
O que é então a Rastreabilidade?
Rastreabilidade é a capacidade de detectar a origem e de seguir o rasto de um género alimentício, de um alimento para animais, de um animal produtor de géneros alimentícios ou de uma substância, destinados a ser incorporados em géneros alimentícios ou em alimentos para animais, ou com probabilidades de o ser, ao longo de todas as fases da sua produção, transformação e distribuição.
E se...um fornecedor ou uma autoridade nos contactar a avisar que um produto não está conforme?
Temos de evidenciar controlo interno sobre tudo o que está dentro de portas:
- Qual o fornecedor
- Qual a data de entrada
- Qual a temperatura de entrada
- Qual o lote
- Qual a identificação do animal
- Qual a origem
- Quem o recebeu, aceitou/recusou, acondicionou ou devolveu
- Etc.
Para que melhor se compreenda este termo e jogando com as palavras, de acordo com a área de trabalho em questão no sector alimentar, a restreabilidade faz-se:
- do mar à mesa - do prado ao prato - da horta à porta
Isto significa que a rastreabilidade deverá ser mantida do ínicio até ao fim, da produção/exploração até ao consumidor final.
P.S. Para quem trabalha na área, mais do que um termo ou um conceito traduzido num palavrão, a Rastreabilidade é...uma dor de cabeça :)
Há uns tempos escrevi acerca da confusão na utilização dos conceitos de Qualidade Alimentar e Segurança Alimentar, procurando ao mesmo tempo aproximá-los mas distingui-los,visando o esclarecimento da dimensão de cada um.
Mas as confusões na utilização de termos relacionados com a Segurança Alimentar nao se fica por aqui.
Vejamos o exemplo dos conceitos de: Higiene Alimentar e Segurança Alimentar.
Serão sinónimos?
Higiene Alimentar e Segurança Alimentar são dois conceitos ao mesmo tempo tão distintos mas tão intimamente ligados:
Por Higiene Alimentar entende-se o respeito pelas regras e boas práticas de higiene pessoal, profissional, higiene de instalações e de fabrico durante a recepção, armazenamento, preparação e manuseamento de alimentos para permitir o desenvolvimento de um conjunto de condições favoráveis á Segurança Alimentar
Por Segurança Alimentar entende-se a garantia de oferta e serviço de alimentos inócuos e salubres, isto é, não susceptíveis de criar qualquer tipo de doença no consumidor ou de se apresentarem em más condições
Pelos vistos, isto da Segurança Alimentar ainda tem o que se lhe diga...